sábado, abril 27, 2024
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Batalhas comerciais olho por olho/dente por dente com EUA freiam produção industrial na China e Europa.

Grandes economias mundiais estão freando a produção frente às crescentes tit-for-tat tariff battles [batalhas tarifárias olho por olho/dente por dente] com os EUA. Diversos relatórios publicados nesta quarta-feira,1º agosto, mostram forte queda da atividade industrial nas regiões Ásia-Pacífico e Europa durante o mês de julho passado. É o que noticia o jornal The Wall Street Journal.

Empresas globais emitem alertas sobre o impacto dessas batalhas de tarifas de importação sobre os lucros operacionais da sua produção industrial, mostrando (veja curva abaixo) que as turbulências do protecionismo começaram a pesar perigosamente sobre a expansão cíclica mundial.

“Expectativas ruins com o comércio global estão claramente influindo para a queda da produção”, declarou Stefan Schneider, economista-chefe internacional do Deutsche Bank. “Principalmente em muitas economias abertas, como a da Alemanha, mas também do Japão e da Coréia, as expectativas mais fracas para as exportações pesam sobre a atividade de investimento”.

Gigantes montadoras de automóveis, como a Daimler AG , da Alemanha, a japonesa Nissan Motor e a sul-coreana Hyundai Motor Co., destacaram os danos e riscos que correm com maiores taxas de importação.

As empresas asiáticas que formam uma plataforma crucial na cadeia produtiva e de fornecimento global de produtos eletrônicos estão se preparando para transferir mais produção da China para o sudeste da Ásia.

Essa fuga da China acontece à medida que os lucros caem mais acentuadamente naquela até recentemente conhecida como “chão de fábrica do mundo” e a torna menos atraente para hospedar as montagens de produtos das grandes empresas globais. O fim da linha para o socialismo de mercado da China está mais próximo do que imaginam os fanáticos do marxismo burocrático.

Outra curiosidade muito ilustrativa. Até mesmo a estadunidense Harley-Davidson Inc., poderosa fabricante de motocicletas, com fábricas em todo o mundo, foi pega no fogo cruzado das batalhas comerciais, levando-a a cortar fundo as previsões de sua taxa de lucro para este ano.

A tensão aumentou nesta quarta-feira, com a China advertindo os EUA contra a ” chantagem e pressão ” enquanto a administração Trump tenta forçar as autoridades chinesas a voltar à mesa de negociação por meio de ameaças de tarifas ainda mais altas.

Não se pode esquecer que, mesmo antes da emergência da pressões protecionistas estadunidenses atuais, a indústria chinesa já se defrontava com um longo período de estagnação. As pressões atuais tem tudo para ser o empurrãozinho que faltava para lançá-la ao precipício.

Na zona do euro, onde a indústria está passando por seu período mais fraco em um ano e meio, as perspectivas podem ter ficado um pouco menos tenebrosas, depois que os políticos de ambos os lados do Atlântico concordaram em suspender as tarifas negociando barreiras comerciais menores.

O mais provável é que essa tentativa de amenizar a situação feita pelos EUA com a zona do euro seja estendida para demais áreas, incluindo a China. A razão é muito simples. Com o grau de integração atual das cadeias globais de produção e abastecimento, não existe mais nenhuma margem, como ainda existia até os anos 1920, para políticas tarifarias e cambiais de “arruinar o vizinho”.

Haveria imediatamente, em poucos meses, uma imobilização absoluta do comercio internacional e, consequentemente, da produção e da acumulação do capital global.

Antes que o vizinho estivesse arruinado, todos já teriam desabado para as profundezas da depressão.

Resta continuar a torcida para que o obstinado Trump siga firme em sua cruzada civilizatória, que cumpra o que prometeu aos seus eleitores. Go ahead Litle Donald! Go!

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