sábado, abril 27, 2024
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Hot Realpolitik: cinco navios de guerra chineses navegam próximos da costa dos EUA

 Não são só as turbulências da economia chinesa que preocupam os dirigentes norte-americanos. Também seus jogos de guerra ocupam um lugar de destaque na agenda do Pentágono e Departamento de Estado. Estas preocupações certamente aumentaram na data de hoje. E da maneira mais assustadora para quem sempre vai carregar o trauma de ter sido atacado de surpresa por navios de uma potência asiática em 7 de dezembro de 1941, em Pearl Harbor, Havaí, precipitando sua entrada formal na 2ª Grande Guerra. Cinco navios da Marinha chinesa navegavam no dia de hoje no mar de Bering, costa do Alasca, onde o presidente dos EUA, Barack Obama, faz uma visita de três dias.

É a primeira vez que o exército dos EUA presencia tal atividade naquela área. Esse tipo de movimentação da marinha chinesa, alguns dias antes de seu presidente iniciar uma visita oficial a Washington, deve aumentar a já elevada temperatura geopolítica na Ásia. Oficiais do Pentágono informaram que eles já tinham conhecimento nos últimos dias que três navios chineses de combate, um navio de reabastecimento e um navio anfíbio estavam nas proximidades, após observá-los movendo-se em direção das Ilhas Aleutas, controladas pelos EUA e Rússia, mas ainda em águas internacionais.

Disseram também que os navios chineses estavam ainda na área, mas se recusaram a especificar quando os navios foram visto pela primeira vez, ou quão longe estavam do litoral do Alasca, onde o Presidente Barack Obama está realizando uma visita de três dias para tratar de “questões ambientais e de clima”.  Disseram apenas que os cinco navios continuavam navegando em águas internacionais. Disseram que não havia informação sugerindo que os navios chineses tinham atravessado pelo Estreito de Bering, um canal estreito ao norte do mar limítrofe com o Alasca, território continental dos EUA.

O ministro da defesa da China não foi encontrado para comentar esse fato inusitado: a presença dos navios chineses tão perto do litoral dos EUA é a mais recente demonstração de como as ações militares da China estão sendo rapidamente expandidas para cada vez mais longe de sua própria costa. Certamente, para garantir os crescentes interesses globais de Pequim.

Essa operação naval do dia de hoje também vem antes do Presidente chinês, Xi Jinping, presidir um desfile do Dia da Vitória na Segunda Guerra Mundial, na quinta-feira, possivelmente ao lado de seu aliado Wladimir Putin, presidente da Rússia, o que faz os EUA e seus aliados temerem que tudo isso está sendo usado para mostrar a nova força militar da China e suas novas ambições.

Xi Jinping estará nos EUA no final de setembro para uma visita de Estado. Ela já está embaçada pelas tensões com as atividades militares chinesas alegadas pelos EUA, como os supostos ataques cibernéticos aos EUA e a construção de ilhas no mar do Sul da China. Além, é claro, da aliança militar explícita com Moscou. Putin é apresentado para a população chinesa, pela propaganda do governo na televisão, como um herói popstar. Às alegações e preocupações do imperialismo ocidental, a China responde apenas que suas atividades militares não são projetadas para ameaçar qualquer outra nação, mas estão se expandindo proporcionalmente ao seu poder econômico, bem como aos seus interesses e responsabilidades em todo o mundo. O certo é que as coisas ficaram ainda mais embaçadas depois das manobras dos navios chineses no dia de hoje nas proximidades da costa norte-americana. Muita calma nesta hora, devem estar pensando em Washington.