Recente relatório do Credit Suisse sobre a globalização (The End of Globalization or a more Multipolar Word? setembro 2015) nos informa que, a despeito dos seus cortes orçamentários da guerra, os EUA mantêm folgadamente sua posição de maior potência militar do globo. Enquanto os EUA ainda são de longe a superpotência líder, Rússia e China são seus rivais mais próximos. O Canadá é o mais fraco dentre os vinte países da lista. Grandes países da periferia do sistema, como Brasil, México, Argentina, África do Sul etc., nem aparecem na lista. São países sem nenhuma importância geopolítica, párias impotentes dentro do sistema de Estados.
São muitas informações. E muito importantes porque a próxima guerra mundial, cuja eclosão depende primeiramente da profundidade dos choques econômicos globais, se desenrolará sobre uma precisa divisão internacional de potências militares nacionais e regionais. A classificação atual dos maiores exércitos do mundo antecipa os “pontos quentes” da geografia e da economia da próxima guerra. Os dados do Credit Suisse complementam os que já conhecemos do Instituto de Pesquisa Internacional da Paz de Estocolmo (SIPRI, na sigla em inglês).
Os pesquisadores do Credit Suisse reconhecem as dificuldades para medir e classificar o poder militar relativo das nações. Para prover um indicador razoavelmente seguro, são atribuídos diferentes pesos para as seis variáveis da tabulação. Foram considerados os seguintes fatores e respectivos pesos relativos: Orçamento (gasto) anual (25%); número de soldados na ativa (5% do score final); tanques (10%); helicópteros de combate (15%); aviões (20%); submarinos (25%). Finalmente, o ranking final define o poder militar apenas em termos puramente quantitativos, sem levar em conta as diferentes qualidades atuais dos armamentos. Assim, a classificação de muitos países pode aparecer como uma coisa surpreendente. Veja abaixo os resultados.
PAÍS |
Gasto Anual de Guerra US$ bi |
Soldados na Ativa |
Tanques |
Aviões |
Submarinos |
1 – EUA |
601,0 |
1.400.000 |
8.848 |
13.892 |
72 |
2 – Rússia |
84,5 |
766.055 |
15.398 |
3.429 |
55 |
3 – China |
216,0 |
2.333.000 |
9.150 |
2.860 |
67 |
4 – Japão |
41,6 |
247.000 |
678 |
1.613 |
16 |
5 – Índia |
50,0 |
1.325.000 |
6.464 |
1.905 |
15 |
6 – França |
62,3 |
202.761 |
423 |
1.264 |
10 |
7 – Coréia Sul |
62,3 |
624.465 |
2.381 |
1.412 |
13 |
8 – Itália |
34,0 |
320.000 |
586 |
760 |
6 |
9 – Inglaterra |
60,5 |
146.988 |
407 |
936 |
10 |
10 – Turquia |
18,2 |
410.500 |
3.778 |
1.020 |
13 |
11 – Paquistão |
7,0 |
617.000 |
2.924 |
914 |
8 |
12 – Egito |
4,4 |
468.000 |
4.624 |
1.107 |
4 |
13 – Taiwan |
10,7 |
290.000 |
2.005 |
804 |
4 |
14 – Israel |
17,0 |
160.000 |
4.170 |
684 |
5 |
15 – Austrália |
26,1 |
58.000 |
59 |
408 |
6 |
16 – Tailândia |
5,4 |
306.000 |
722 |
573 |
0 |
17 – Polônia |
9,4 |
120.000 |
1.009 |
467 |
5 |
18 – Alemanha |
40,2 |
179.000 |
408 |
663 |
4 |
19 – Indonésia |
6,9 |
476.000 |
468 |
405 |
2 |
20 – Canadá |
15,7 |
92.000 |
181 |
420 |
4 |
No próximo post de Realpolitik ampliaremos nossa análise destes números. Os leitores já podem antecipar sua própria análise e confrontá-la posteriormente (de preferência com comentários) com a nossa.