quinta-feira, outubro 31, 2024
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Existe Alguém Mais Sincero do que Donald Trump?

A comparação entre Rússia e EUA feita por Trump nesta semana enfureceu os democratas de todo o mundo. Em uma entrevista à TV Fox divulgada neste domingo, quando questionado pelo apresentador Bill O’Reilly sobre alegações de assassinatos cometidos pelo Estado russo, e por que ele admirava tanto Vladmir Putin, presidente da Rússia, apesar dele “ser um assassino”, o novo presidente norte-americano respondeu na bucha: “Há muitos assassinos, temos alguns. O que você acha? Nosso país não é tão inocente.”

O entrevistador engasgou e não conseguiu manter mais manter o ar gelado e padronizado das pós-modernas entrevistas da mídia do Estado totalitário capitalista do século 21. O problema não é só do pau mandado O’Reilly. Alguém consegue desmentir tão solene afirmação de que a pátria da democracia não é tão inocente quanto afirma a vã ideologia?

É difícil negar. O mais fácil é confirmar a veracidade do que Donald está dizendo. Aliás, ele foi até modesto em dizer “temos alguns [assassinos]”. Não seria tão grave se fossem apenas “alguns” assassinos empregados pelas classes dominantes norte-americanas urbi e orbi  [ nota: esta última expressão é adotada pela venerável Loja Maçônica do Grande Oriente para exprimir sua atuação nacional e internacional]. Não seria tão grave se fossem pequenas e isoladas exceções. Mas é bem diferente a realidade  de que em geral o regime democrático é pavimentada de assassinatos de Estado.

Afinal, quantos assassinos estatais e privados são empregados pelos serviços policiais, militares e paramilitares dos EUA? Para chegar a um número aproximado, pode começar perguntando para quem sofreu (e continua sofrendo) sistemáticos genocídios do mais criminoso Estado terrorista do planeta. Além dos trabalhadores brancos, negros, indígenas, latinos, asiáticos, muçulmanos, etc., que sofrem quotidianamente a “aplicação da lei” e as cínicas punições da justiça de classe dentro do próprio EUA, pergunte também aos amaldiçoados e irreversivelmente mutilados da civilização do imperialismo: chilenos, argentinos, palestinos, iraquianos, iranianos, turcos, sírios, sérvios, afegãos, somalis, sul-africanos, mexicanos, ucranianos, haitianos, filipinos…

A lista é interminável. Os assassinatos cometidos diariamente pelo terrorista Estado norte-americano são sistemáticos. Planetários. Centenas de vezes maiores e melhor distribuídos pelo território terrestre que os cometidos pela Rússia.

Não pergunte para os intelectuais da bela democracia norte-americana ou para seus lideres políticos norte-americanos como eles negam essa realidade. Corre-se o risco de respostas que mais corroboram do que desmentem a sincera confissão do venerável presidente Donald Trump.

Começando pelos seus próprios colegas do partido Republicano, como relata a BBC News. O senador líder da maioria republicana no Senado, Mitch McConnell, por exemplo, que em entrevista à rede CNN, disse rejeitar qualquer comparação entre a Rússia e os EUA e fez referência à anexação da Crimeia pela Rússia, suas ações militares na Ucrânia e a suposta interferência russa na eleição presidencial dos Estados Unidos.

“Não há nenhuma equivalência na maneira como os russos se comportam e a dos Estados Unidos. Não vou criticar todas as declarações do presidente, mas eu acredito que os Estados Unidos são diferentes, são excepcionais”, disse McConnell. Não são fortíssimos argumentos?

O senador republicano Ben Sasse, do Estado de Nebraska, também rebateu Trump com argumentos bem mais fortes. “Vamos ser claros: os Estados Unidos cometeram erros? É claro. Mas os Estados Unidos garantem liberdade de expressão, Putin não”, disse à rede ABC.

Querem mais? Marco Rubio, senador republicano pelo Estado da Flórida, pelo Twitter também fez críticas estarrecedoras à Trump: “Quando é que ativistas políticos democratas foram envenenados pelo Partido Republicano e vice-versa?”, perguntou, fazendo referência à conclusão de um inquérito público na Grã-Bretanha de que o ex-espião russo Alexander Litvinenko teria sido morto em Londres a mando do governo russo, com conhecimento do presidente Vladimir Putin. “Nós não somos o mesmo que Putin”, acrescentou Rubio.

Escolha em quem você acredita que está mais próximo da verdade do modus operandi da democracia real. Quem está sendo mais sincero? Donald Trump ou seus ilustres contestadores com seus ultra convincentes argumentos contrários? Justifique a resposta, por favor.