A conceituada organização imperialista Organização para o Comércio e Desenvolvimento Econômico (OECD em inglês) publica mensalmente seu OECD Composite Leading Indicators (CLI). Traduzindo: “Conjunto dos Principais Indicadores da OECD”. É um relatório já bastante conhecido dos leitores da Crítica. É mais uma importante referência em nosso acompanhamento da situação de momento (apenas de momento) do ciclo econômico em curso. É importante em nosso monitoramento do ciclo porque se trata, nas próprias palavras da OECD, de um “relatório concebido para antecipar pontos de reversão da atividade econômica mundial em relação à tendência de seis a nove meses à frente”.
O mais recente relatório (10/Abril/2017) aponta para uma dinâmica momentânea bastante favorável aos capitalistas de todo o mundo: expansão estável na área de OECD como um todo, particularmente para o Grupo das Sete (G7), que reúne as sete maiores economias do mundo: EUA, Japão, Alemanha, França, Inglaterra, Itália e Canadá. Mas não se deve esquecer que se trata apenas de uma tendência momentânea.
As CLIs nas principais áreas e economias dominantes do sistema antecipam dinâmica de estabilização da expansão no Japão e na área do euro, particularmente na França e na Itália. Por outro lado, espera-se impulso na expansão nos Estados Unidos, Canadá e Alemanha. Do mesmo modo na Inglaterra, o CLI continua a apontar sinais de impulso na expansão, mesmo permanecendo as incertezas relacionadas com a saída daquela importante economia da União Europeia (Brexit).
Entre as principais economias dominadas do sistema, a avaliação da OECD permanece a mesma do mês anterior: CLIs apontando claros sinais de impulso na expansão para China, Brasil e Rússia. Menos para Índia, para a qual é sinalizado desaceleração da dinâmica de expansão. Tiraram o México deste relatório, sem explicações.
Essas avaliações não são nem um pouco rígidas. Trata-se de indicadores de tendência da situação. Apenas uma foto da situação. No instagram do ciclo. Auxiliar de outras investigações muito mais importantes da evolução econômica real. A foto do próximo mês do nosso Instagram pode revelar mudanças repentinas. Isso deve ser considerado. Neste sentido, é recomendável observar cuidadosamente os números da tabela 1 deste relatório da OECD de 10 de Abril, onde aparecem índices e taxas mensais de cada economia. Nota-se aí clara atenuação da tendência expansiva para EUA, Alemanha e Japão, o núcleo duro do G-7. Do mesmo modo para Rússia e Brasil. Clara tendência expansiva apenas para a China. Para Índia, ao contrário, corrosivo desfalecimento da tendência.
Não se pode, portanto, estabelecer ingenuamente um quadro otimista de inabalável e longa duração de expansão da economia mundial nos próximos anos, particularmente para o núcleo duro do sistema mencionado acima. Muito menos para a China, o elo mais frágil do ciclo atual. O relatório da OECD não está dizendo isso.