Quando ocorrerá a próxima explosão do atual ciclo periódico de superprodução de capital, iniciado exatamente na passagem do 2º para o 3º Trimestre de 2009? Neste momento, o cenário mais provável é que ocorra a qualquer momento dos três últimos trimestres de 2017. Como ocorrerá essa explosão? Por enquanto, a única coisa que se pode afirmar com segurança é que ela se iniciará com uma forte queda das ações da Bolsa de Valores de Nova York.
Uma derrocada de preços suficiente para deslanchar um imediato colapso do sistema bancário mundial, com epicentro na área euronorteamericana. Todas as modernas crises de superprodução fazem sua aparição na forma de uma crise de crédito. Só depois de certo tempo atingem o aparelho produtivo da economia – indústria, agricultura e meios de transporte. A economia vulgar da explosão de bolhas especulativas e outras asneiras não consegue passar desta primeira forma de aparição das crises.
A variação dos preços das ações em Wall Street é o principal termômetro do atual estágio da superprodução de capital na economia reguladora dos preços na economia mundial. Melhor dizendo, é o indicador mais concreto, mais visível deste processo.
Em primeiro lugar, porque essa variação das cotações diárias dos papeis das maiores empresas da economia reguladora do mercado mundial exprime da forma mais concreta possível a variação do valor de mercado da propriedade destas empresas e, portanto, o próprio valor do capital industrial da economia.
Em segundo lugar, porque essa variação dos preços no mercado de ações está também imediatamente relacionada com a situação dos bancos e do correspondente mercado de crédito da economia – começando com a política monetária do Federal Reserve Bank (Fed, banco central dos EUA). Neste momento, qualquer barbeiragem cometida pelos diretores do Fed – leia-se: rápida elevação da taxa básica de juros – pode explodir Wall Street. E eles parecem dispostos a cometê-la em algum ponto dos próximos trimestres.
Ora, se a variação dos preços das ações em Wall Street é o principal termômetro do atual estágio da superprodução de capital, o mais indicado é verificar como esses preços evoluíram no atual período de expansão iniciado em 2009. Como essa evolução pode ser comparada com a de outros ciclos anteriores e, principalmente, como ela já apresenta com certa clareza os primeiros sinais de exaustão e de perspectivas de um próximo crash (leia-se: desabamento). É exatamente essa tarefa que já iniciamos, para ser apresentada em próximo post. Até lá.